sexta-feira, 22 de abril de 2011

Desculpe, mas não entendi o que disse...

Vie privée

Quem nunca quis ter um pouco de "vie privée"? Quem nunca quis ter esse espaço tão dedicado a nós próprios? É uma coisa tão vulgar, mas tão pessoal ao mesmo tempo... Esconder-se do mundo... Afastar-se da vida... Esconder-se na morte...

É um espaço tão próprio, único, impossível de quebrar... Falemos dessa pequena parte da vida tão respeitada.

A privacidade é uma das partes que mais respeitamos da nossa vida. Gostamos de manter segredos, da nossa vida, da dos outros, guardar os problemas para nós, manter essa parte da vida que nos aconteceu para nós. Mas manter afastada essa mesma parte de terceiros... Esses terceiros, são pessoas que se envolvem na nossa vida, mas não nesse pequeno momento, que precisamos de recordar por breves momentos e esquecer ou relembrar...

"A privacidade é uma das partes que mais respeitamos da nossa vida."

É difícil manter-se privada essa privacidade... É difícil não explodir... E queremos ter sempre o quarto ao pé de nós quando recebemos aquela notícia tão inesperada onde queremos afundar a cabeça na almofada e chorar... Ao olhar-mos para o lado vemos apenas o amigo... E vemos uma hipótese de nos libertarmos ao mesmo tempo. Soltamos-nos... Ficamos livres dessa dor que tanto nos atormentava à pouco... Mas que na cabeça do outro ainda agora começou e para nós vai continuar...

É o que nos distingue das pessoas que tanta da nossa vida partilham (ou "velhas"). São as revistas cor-de-rosa que arruínam essa mesma parte da vida tão sagrada para as pessoas, tão importante... Gostamos de nos fechar nesse mundo tão próprio de nós. Arrumar-mo-nos do baú das recordações e ver essas mesmas preciosas lembranças (ou não tão preciosas) que guardamos durante uns tempos...

Aprecia-se que uma parte da vida seja "pessoal", mas também podendo ser partilhada com alguém que a mantenha privada, mas aí passamos a ter uma distinção. Passamos a ter uma privacidade não tão própria,...  Passamos a ter uma privacidade que é de duas pessoas, um conjunto...
"É o segredo da vida, guarda-o bem... Com a tua própria vida."-dizia ele. "Guardarei... Até ao fim da minha vida."-respondeu-lhe ela. E naquele abraço se envolveram eles os dois, mostrando ao mundo uma privacidade privada pública, mas escondida com chave de ouro... (Se chave de ouro for boa...)

Afastar-se do mundo, e esconder-se num só nosso (escrevendo, pintando, jogando, zangando-se) é uma forma de esconder-mos o que não queremos mostrar, o que não queremos publicar e dizer ao mundo como se fosse uma parte importante de dizer... 

Gostamos muito da nossa privacidade. Mas gostamos de invadir a dos outros...

Raúl Amarantes. 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Desculpe, mas não entendi o que disse...

Adimzae
A amizade é uma "coisa" tão bonita. É linda no seu superior, não no seu todo... Comecemos a falar dessa "coisa" tão bonita e tão comum(será assim tão comum?).

Gosto da amizade. Não por ser um sentimento muito presente, mas sim pela felicidade que traz... Dependendo em que patamar se encaixe.
A amizade é o laço que junta pessoas. É aquele véu que envolve algumas pessoas (ou apenas duas), e que em alguns casos, torna-se mais forte e não só envolve essas mesmas duas pessoas como as enrola. Quem nunca sentiu uma amizade tão forte por uma pessoa que sentiu necessidade de a distanciar de outras pessoas? Quem nunca pensou que tal pessoa necessitasse de ser diferente dos outros?

A amizade difere do amor, difere da tristeza, difere da alegria, difere de todo o sentimento que não traga alegria. Até porque a amizade não é um sentimento. É como um tesouro insubstituível. Porque uma amizade não é como todas as outras. Nunca uma amizade é igual, não no seu todo, porque uma amizade envolve a conexão inseparável... Dependendo, outra vez, do tal patamar. A amizade é única, tal como tudo o resto, mas ao contrário do resto, é mencionada desde o início em palavras diferentes, porque já se teve as manadas... 

"Gostamos muito de ver um sorriso nos outros, de ver uma sorriso na nossa cara quando estamos alegres e gostamos de dar essa parte de nós..."

A amizade é uma parte da vida indispensável, pois logo na nossa infância criamos aquelas amizades que poderão durar para o resto da vida e descritas como "amizades de infância".

Outra coisa que pessoalmente acho interessante na amizade é: quando somos amigos de alguém, vemos ele/a fazer uma coisa que já vimos milhares de vezes só por ele/a a fazer. Queremos ver o/a nosso/a amigo/a a fazer essa mesma coisa que julgamos ser chatas, mas torna-se uma coisa indispensável, porque é totalmente diferente (apesar de ser igual). Pela amizade somos capazes de darmos parte de nós (esse ser que ao espelho parece ser um conhecido e tão único).

Gostamos muito de ver um sorriso nos outros, de ver uma sorriso na nossa cara quando estamos alegres e gostamos de dar essa parte de nós... Mas temos que ver se damos a uma pessoa que seja totalmente de confiança e não um amigo "conhecido". 

Raúl Amarantes.