Infinitivamente...
Actualmente tem surgido uma ideia na sociedade adolescente que é a de que uma coisa é para o infinito.
Esta ideia tem sido bastante refutada, pois nada é para sempre. (Por acaso, não tem sido refutada, eu é que o afirmo.) Não consigo aceitar essa ideia, de que há coisas infinitas e afirmar que as há...
O amor adolescente é um excelente caso do infinito, em que um casal de namorados conhece-se, e faz o que eu já disse que fazia. Após isso há sempre uma ideia de vazio, uma ideia de que já foi tudo aproveitado.
Outro excelente caso é a amizade. Uma amizade é infinita aos olhos de uma sociedade juvenil, uma sociedade imatura, uma sociedade que usa o tempo para caracterizar uma amizade. Mas, o infinito não deve ser uma caracterização e sim um facto de que uma coisa não acaba. Quem sabe que uma amizade durará para sempre e não será uma que ao longo do tempo é simplesmente um acessório de entrada, ou um acessório para usar na roupa?
O Infinito é a melhor caracterização que tem surgido, pois quem não namorar infinitivamente não namora e quem não tiver um amigo do infinito não tem amigos. Ninguém está disposto e tem hipóteses para ajudar sempre que possível, nem ninguém está disposto a amar alguém até ao infinito, pois as promessas são simples mentiras ou verdades ditas por uma boca e inseridas num papel (caso chegue a esse extremo).
Quem é que cumpre uma promessa de casamento que seja "e prometo ser-te fiel,
amar-te e respeitar-te,
na alegria e na tristeza,
na saúde e na doença,
todos os dias da nossa vida "? As promessas de casamento são mentiras, as expressões infinitas, os relacionamentos sem fim são mentiras, visto que há sempre uma causa de maior ou menor poder que irrompe as promessas.
amar-te e respeitar-te,
na alegria e na tristeza,
na saúde e na doença,
todos os dias da nossa vida "? As promessas de casamento são mentiras, as expressões infinitas, os relacionamentos sem fim são mentiras, visto que há sempre uma causa de maior ou menor poder que irrompe as promessas.
Não há infinitos, não há promessas até há morte... Há sim amizades pouco duradouras, mas boas e amores muito longos e bons...
Raúl Amarantes.
Raúl Amarantes.