terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Desculpe, mas não entendi o que disse

Infinitivamente...
Actualmente tem surgido uma ideia na sociedade adolescente que é a de que uma coisa é para o infinito. 

Esta ideia tem sido bastante refutada, pois nada é para sempre. (Por acaso, não tem sido refutada, eu é que o afirmo.) Não consigo aceitar essa ideia, de que há coisas infinitas e afirmar que as há... 

O amor adolescente é um excelente caso do infinito, em que um casal de namorados conhece-se, e faz o que eu já disse que fazia. Após isso há sempre uma ideia de vazio, uma ideia de que já foi tudo aproveitado. 

Outro excelente caso é a amizade. Uma amizade é infinita aos olhos de uma sociedade juvenil, uma sociedade imatura, uma sociedade que usa o tempo para caracterizar uma amizade. Mas, o infinito não deve ser uma caracterização e sim um facto de que uma coisa não acaba. Quem sabe que uma amizade durará para sempre e não será uma que ao longo do tempo é simplesmente um acessório de entrada, ou um acessório para usar na roupa? 

O Infinito é a melhor caracterização que tem surgido, pois quem não namorar infinitivamente não namora e quem não tiver um amigo do infinito não tem amigos. Ninguém está disposto e tem hipóteses para ajudar sempre que possível, nem ninguém está disposto a amar alguém até ao infinito, pois as promessas são simples mentiras ou verdades ditas por uma boca e inseridas num papel (caso chegue a esse extremo). 

Quem é que cumpre uma promessa de casamento que seja "e prometo ser-te fiel,
amar-te e respeitar-te,
na alegria e na tristeza,
na saúde e na doença,
todos os dias da nossa vida "
? As promessas de casamento são mentiras, as expressões infinitas, os relacionamentos sem fim são mentiras, visto que há sempre uma causa de maior ou menor poder que irrompe as promessas.

Não há infinitos, não há promessas até há morte... Há sim amizades pouco duradouras, mas boas e amores muito longos e bons...

Raúl Amarantes. 



quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Desculpe, mas não entendi o que disse...

Outra vez?!
 Temas como "Acabaram outra vez!" instalam-se em conversas de várias maneiras. Em alguns é para criticar, em outros, é para se perceber o que aconteceu... Como não podia deixar de ser, venho criticar com a minha crítica parva :D 

O amor da adolescência é muito básico. Conhecem-se, "comem-se", são os melhores friend "fur eva" e de seguida é o namoro. Mas, como tudo tem um fim, (se tiver começo) o namoro acaba e há as reconstituições de um tempo que nunca foi aceite, de um tempo em que andar conhecido, era ter a sua vida amorosa exposta. 

Nesses namoros, quem sabe primeiro do fim do namoro até são os externos, pois os namorados saberem, em alguns parâmetros actuais é "Vais acabar com ela? / Sim, vou!" pois, ou anda-se com uma rapariga debaixo de olho que quer comer, ou a maturidade surge e reparamos que o outro pode não ter mentalidade...
Quem nunca ouviu uma conversa que seja do tipo "Este e aquele acabaram. / Já era de esperar"?

O amor deve ter a sinceridade, deve ser feito seriamente e deve ser feito a olhar para a cara e o corpo, pois pedir a olhar para uma montanhazinha (ou mamas.) que muito apetite levanta é como pedir um pão com fiambre a olhar para o chocolate Kinder que nos acorda. 

Se ser amoroso é ajudar uma criança e depois tirar a bola, se ser inteligente é usar cábulas sem o professor ver, se ser fixe é saber jogar futebol, então, o amor tem o significado correcto actualmente...

Não concordo. Não consigo aceitar que o amor, seja classificado como é, seja o comer, seja começar e acabar em 1 hora. É o dar a mão, é o beijar apaixonadamente e também não consigo aceitar a impressão de um momento que por namorados é privado e comum... 

Mas, isso, sou eu que sou antiquado... 

Raúl Amarantes. 

domingo, 5 de dezembro de 2010

Desculpe, mas não entendi o que disse

 Palavrões

Actualmente tenho lidado com uma vida que não me permite dizer "Vai-te fuder", "Vai bugiar" vai, não sei quê.

Porque é que não tenho tido uma vida que me permita dizer isso? A razão é porque nunca tenho razão de o dizer. Já pensei em morrer, já fui muito católico e rezava todas as noites para afastar os demónios da minha cabeça, já ensopei a minha almofada por chorar tanto... Por ter tido um atormento que me faz desejar não estar vivo, não estar acordado, não ter nascido...

É assim, verdade seja dita, eu era um miúdo insolente, parvo, ignorante, e estúpido... Parte destes adjectivos encontram-se actualmente na imagem que EU vejo ao espelho... mas vamos falar do que realmente importa.

A vida é o bem mais importante que temos, se damos a nossa vida em troca de dinheiro, quem irá gastar o dinheiro? Ao ver o que a relação com a vida se tornou não encontro palavras para o descrever. É o "Namorados for ever" que envolve uma expressão bastante temporal, mas nos parâmetros de hoje, uma total farsa.

E não é só à vida que mandamos ir dar uma volta ao bilhar grande, pondo noutra forma de dizer... Dizemos isso aos nossos amigos, aos nossos entes queridos, mas em privado, ATENÇÃO! É a melhor resposta para uma coisa que se interpõe nos nossos desejos, que nos manda ao chão e exige que nos levantemos... Para os críticos da sociedade, para os amigos que brincam com coisas sérias, para a vida.

Se eu enfrentei isto e já não enfrento, é porque lidei com a vida da maneira que achei mais correcta que não era irrita-la cada vez mais, mas sim ir com ela e deixar-me levar...

Não há alívio católico, não há alívio espiritual, não há alívio... Há maneiras e maneiras de lidar com a vida.
Vídeo de palavrões... Quem não fala palavrão, pensa palavrão.

Raúl Amarantes.
Edição: Estes textos passarão a ficar numa rubrica chamada "Desculpe, mas não entendi o que disse"