quinta-feira, 31 de março de 2011

Desculpe, mas não entendi o que disse...

Futuro
O futuro é uma mentira. É uma mentira da vida. Nunca, mas nunca poderá estar destinado. Não consigo aceitar que desde o momento que estamos vivos que temos aquela/e rapariga/rapaz destinada/do. É impossível aceitar. Deixamos de viver. Passamos a ser peças de um jogo de xadrez com uma escala mundial. 

Como poderá ser que a vida esteja destinada? É impossível, pois na nossa vida, relacionam-se outros. E esses outros, por mais quilómetros que estejam separados de nós, na linha do tempo, estarão juntos connosco? É simplesmente impossível e simplesmente repugnante. É um pensamento angustiante, pois isso significa que cada acto que efectuemos terá já a consequência pronta e nós, como meras peças de xadrez embarcamos nesse barco com destino já traçado. 

Peguemos num simples desenho. Púnhamos a vida num mapa. Temos neste momento o barco em que iremos embarcar à nossa frente. Temos os marinheiros que nos levarão nesse mar com muita turbulência, muito obstáculo, Adamastor, ninfas e tudo o resto. Embarcamos num barco sem destino traçado, mas com o destino traçado ao mesmo tempo. Para onde iremos? De onde partimos? Onde paramos?

"O Passado partiu sem nos dizer, o Futuro encontra-se a caminho, e o Presente é o  caminho que temos que traçar. "

A vida é a construção feita no Presente. O Passado partiu sem nos dizer, o Futuro encontra-se a caminho, e o Presente (último tempo, não muito apreciado) é o  caminho que temos que traçar. Mas... O Presente passa a Passado, o Futuro passará a Presente, e o Passado mantém-se. 

Como que se gostássemos de nos lembrar do Passado para alegrar o Presente ou para entristecer o Presente. Também usamos o Passado para ver o que nunca iríamos fazer tal coisa de tal forma por isto...

Gosto de viver a vida... Gosto de controlar o que faço... E, de forma impressionante, não conseguimos ver o Futuro, mas desde o início já o temos traçado...

Não gosto de ser uma peça de xadrez nesse jogo tão fútil, nesse jogo tão desenhado, nesse jogo tão destinado... Odeio o destino, por me dizer o que irei fazer... Mas também odeio não ver o futuro já traçado. 

Raúl Amarantes. 

sábado, 26 de março de 2011

Extractos de Poesia...

A poesia é:

A poesia é:
Como que a libertação
O Sol Nascente
Que desperta o coração.
É a iluminação
Que enfeita a canção,
O Coração e a Mente.

É uma paz interior
Tão perfeita,
Como o amor
Representada pelo louvor,
Da colheita.
É a rima,
A cor
E a beleza
Tudo em sintonia
Com toda a certeza.

É o sonho,
Que demonstra o mundo.
A magia,
Bela até ao fundo

Um génio... Impossível equipará-lo. 

O sentimento flui
Dum conta-gotas
"Desculpa, mas já fui..."
Descreve as garotas.

Amor encantado
E dedicado a outrem.
A poesia é o lado
Do que os outros fazem,
E escondem.

Como que uma flecha 
Que trespassa
É a mais bela facha.
Para isso apagar
Usamos a borracha.

Apagar da existência
Esse poema indigno
Um poeta sem paciência
É um poeta sozinho...

Sem sentido
E sem falsidão
Dedica-se ao querido
E à paixão.

Que nos entrega o amor
De bandeja na mão,
E de mão ao peito,
Bem do fundo...
Do fundo perfeito.

Raúl Amarantes. 

domingo, 20 de março de 2011

Pequena pausa... De contos

Mente perversa

Mais uma vez se havia cruzado com uma miragem, com uma fotografia, com um quadro. Tinha-se cruzado com a sua imaginação, o seu interior e o seu desejo. Assim era ela descrita pois tal rapariga seria impossível de ser criada naturalmente, apenas a imaginação poderia criar tal ser perfeito...

Queria desmonta-la como um investigador, ver o que reinava naquele pedaço de formosura, naquele pedaço de céu, naquela imagem criada. Queria tocar naquele objecto tão sensível. Tocava com uma sensibilidade tal, que nem sequer tocava. Era como se de repente a agarrasse, (sem a agarrar), a despisse, e apreciasse apenas por uns breves momentos aquele pedaço de céu mesmo que para isso tivesse que abdicar da vida.
 "Tocava com uma sensibilidade tal, que nem sequer tocava."

Viver com tal ser já lhe parecia ser divino, então ser um dos seres (im)perfeitos da sua vida era como ter um lugar garantido naquele céu que tantos religiosos diziam ser a divina salvação. Para ele, ela seria a divina salvação. Ver a parte exterior desse ser era como que um sonho dos mais estranhos possíveis, pois a vista é das coisas mais banais possíveis.
Era-lhe impossível relacionar-se com ela, pois mesmo que ela fosse o tipo amigável, sorridente, querida e tudo o resto de bom, ele continuaria a ser o oposto esperado numa conversa. Seria diferente, seria um sonho e era tão simples...

Preferia resumir-se aos sonhos em que não tinha que falar e apenas pensar, coisa tão banal como ver...

Raúl Amarantes. 

quinta-feira, 17 de março de 2011

Desculpe, mas não entendi o que disse...

Sofrimento
O sofrimento é tão estranho. Segundo o Priberam, sofrimento é a dor física, pena moral, paciência e acto ou efeito de sofrer. Fiquemos na dor física. O que é pior? Estar dorido ou sofrer muito?

Essa mesma dor pode ser passageira, mas também uma dor permanente, que assola todo o optimismo do ser-humano. Inclusive (como se fosse uma vantagem), aparece na sinonímia de sofrimento. É um dos sinónimos e pelo que eu conheço (como mero ser-humano inculto) sofrer é bastante prolongado ou imediato. 
Sofrer poderá ser pior do que magoar-se, mas não está provado. Sofrer pode ser mais duro, mais fascinante, e inclusive, mas emocional. Também mais difícil de pronunciar porque há mais sílabas e há uma contracção de duas consoantes.

É triste, é penoso e é estranho. 

"Como diz Oscar Wilde, sê tu mesmo. Pior sofrimento do que sofrer é sofrer por não sermos nós mesmos. "
Como poderá ser a paciência? Ser paciente é sofrer? Se assim fosse, esperar seria um pecado e seriamos chamados de Sado-masoquistas, mas há que se ver que geralmente, a espera é demasiado dolorosa, esperar por aquele momento...

Seria estranho sofrer por querer, pois é invulgar gostar de sofrer. Neste mundo, é complicado ver-se alegria, ou compaixão. Aparte disso, vemos um mundo de tristeza, um mundo esquecido por muitos, mas relembrado por outros. Não há paz nesse pequeno acto de sofrer, nem alegria nessa pena moral. É uma tristeza num mundo desigual, um mundo anulado. Como que inexistente... nos bebés porque tal pureza de alma só é chorada pelos males menores.

Ser-se adolescente significa sofrer; ser-se adulto também significa sofrer... Ser quem se é significa sofrer e isso deve-se a um simples factor. A honestidade é dolorosa pois é difícil ouvir-se dizer que se é chato, que se é gordo/magro, que se é estúpido. É simplesmente estranho, pois o espelho não nos diz isso e vermos uma imagem e não vermos esse pormenor é-nos quase irreconhecível. 

"Espelho meu, espelho meu, haverá alguém mais honesto que eu?" Era bom ter-se um espelho destes, pois partiríamos logo de seguida, mas é um conto de fadas e há que se ver. Ou somos controlados por esse mundo ou sofremos até não aguentarmos mais...
É difícil ouvir a verdade, mas ainda mais difícil é sofrer por sermos quem somos...
Como diz Oscar Wilde, sê tu mesmo. Pior sofrimento do que sofrer é sofrer por não sermos nós mesmos. 

Raúl Amarantes. 

terça-feira, 8 de março de 2011

Desculpe, mas não entendi o que disse...

Distância 
A distância é a razão do fim de alguns dos relacionamentos amorosos, como se sabe, e isso deve-se a um único factor. A falta de confiança. Ai!, poderei divagar tão profundamente acerca desta imagem da distância destruidora, mas também reforçadora. A distância é real e abstracta, é uma flecha e um escudo, é uma imagem no espelho e uma reflexão na água. 

Os relacionamentos à distância são liderados por este factor que tanto relacionamento pode destruir (e destrói), que pode acabar com a confiança quase inexistente. O mais impressionante é que reforça alguns relacionamentos, pois no fundo de uma relação deve haver confiança e faltando essa mesma confiança, os ciúmes começam a surgir e a distância torna-se uma faca de dois gumes. 

Há que se controlar os ciúmes e pensar-se que, a distância um dia desaparecerá, pois somos nós que nos lembramos regularmente que o amor ou o amigo não está lá. Somos "obrigados" em algumas das vezes, pois os hábitos passam a ser lembranças e o comer à mesa juntos ou a toma do pequeno-almoço acompanhado passa a ser feito sozinhos ou com a memória da pessoa ao nosso lado. A imaginação é deveras impressionante, pois para compensar o vazio, criamos uma imagem que alimente o nosso desejo até podermos contentar-nos com essa verdadeira imagem e com esse pensamento de termos cumprido o desejo. 



"Num mundo em que existem carros para percorrer a distância, não há bilhetes para se chegar à personalidade de uma pessoa."

 A distância é também diferenciada entre real e abstracta por uma razão. "Estás neste momento ao meu lado, mas é como se estivesse sozinho." A distância ocorre a qualquer momento. A pessoa poderá encontrar-se a apenas 1 metro de nós, mas é como se estivesse a quilómetros de distância, como se estivesse inalcançável. O simples toque revela-se impossível porque a tal distância abstracta surge e começamos a sentir-nos sozinhos num mundo em que a solidão tem vivido à bruta.

A falta de confiança deve ser treinada e deve-se ensinar uma pessoa a acreditar, pois se não se acredita, o sistema responde muito prontamente dizendo que esta distância não é aceitável e que deve ser feito algo em relação a isso. Ninguém se consegue sentir bem sabendo que a pessoa que deixamos longe não confia em nós, pois após ter-se abdicado de coisas que se gosta muito, isso é como que a gota que dita o fim do suporte para a água. 

Quem nunca se envolveu em relacionamentos ditados pela distância, nunca percebeu que os ciúmes são uma das piores coisas e que apesar de tudo, ter-se ciúmes nem sempre é bom e testar-se a outra pessoa para ver se realmente nos ama é do mais baixo possível. 

A distância é a faca de dois gumes, é o reflexo na água e até é uma coisa real. Infelizmente, todos temos que lidar com a distância, mas alguns estão mais quilómetros afastados do que outros, pois o simples toque revela-se inadmissível. Num mundo em que existem carros para percorrer a distância, não há bilhetes para se chegar à personalidade de uma pessoa.

Raúl Amarantes. 

terça-feira, 1 de março de 2011

Desculpe, mas não entendi o que disse

Personalidade

Muito boa Noite... Ou dia. Desta vez, irei falar da personalidade. 
O que é a personalidade? A personalidade é o que "caracteriza" uma pessoa, é a imagem de marca, numa multidão. Sim, até porque os óculos 3D não irão distanciar uma pessoa do resto da multidão. Os alegres para um lado, e os tristes para o outro. Comecemos com estas distinções e veremos quem é o caso fora. É assim que se caracteriza um amigo, é assim que se gosta de uma pessoa e não pelo exterior todo "bué fixe" que se irá gostar de uma pessoa, pois sendo dessa forma, não há amizade. Há simplesmente visão.


A personalidade é uma das coisas que pode amaldiçoar uma pessoa. Como? Há que se ver que as amizades são feitas pela diferença de personalidade pois sendo todos alegres, uma pessoa chateava-se. Porquê? Porque o mundo não é feito de rosas. É feito de rosas e espinhos. 

É difícil adoptar uma personalidade alegre quando algo de muito mal acontece. É difícil ser civilizado após o homicídio de alguém muito próximo. Mas, são essas as pessoas que após todas as dificuldades se destacam. A personalidade pode ser uma dádiva (que se constrói ao longo do tempo) como pode ser uma maldição (que, igualmente, constrói-se ao longo do tempo) e é uma realidade bastante alegre, pois dá-se a oportunidade de criar uma personalidade.

"(...) cada característica da nossa personalidade é construída e não definida."

Há os que são alegres e sociais, os que são alegres e anti-sociais, os que são tristes e sociais, e por aí adiante, pois cada característica da nossa personalidade é construída e não definida. Não é como os gostos, mas há uma frase que se revela e muito. "Gostos não se discutem, pois não? Ensinam-se." Porque é que é muito boa? 


É muito boa por uma simples razão. Uma pessoa pode gostar de matar pessoas, mas aos olhos da sociedade, matar é errado e para isso, ensina-se a não matar. 

A personalidade é exactamente a mesma coisa. Pode-se ser um Serial Killer, pode-se gostar do mesmo sexo, pode-se ser uma alma sozinha num mundo cheio, mas essas coisas são ensinadas ao longo do tempo, pois mesmo que nós sejamos uma das pessoas que constitui a sociedade, não somos nós que nos julgamos num tribunal, não somos nós que ganhamos eleições. É o juiz (no 1º caso) e é a multidão (no 2º caso) porque nós encontramos-nos inseridos na sociedade... Cruel e atroz, mas ensinadora por nos juntar ao grupo das pessoas razoáveis... E nem sempre racionais.

Raúl Amarantes.