Confuso
Sim, é a última parte desta pequena rubrica, já antecipando.
Sim, continuo confuso, a caminhar nesse labirinto do amor sem nunca ter uma corda que agarrar, uma corda para seguir, para chegar ao fim desse labirinto são e salvo. Não encontrei mais caminho nenhum e simplesmente me afundei mais nesse labirinto tão confuso, tão indirecto, tão infinito...
Embarquei no barco errado e atraquei no sítio errado... Com a minha falta de experiência, julguei estar a tentar procurar conhecimento numa ilha deserta que julguei ser dotada de conhecimento e fácil de ser descoberta. Dei-me com uma ilha explorada mas já crescida outra vez. Mas, encontrei as dificuldades, como inexperiente que sou.
Aventurei-me nesse mesmo caminho, nesse mesmo desconhecimento tão curioso, tão interessante e tão assustador. Entrei com a estratégia errada. Dei-me com um ser completamente diferente da minha visão de espectador. Não percebi o que era o amor. Não entendi o que me fazia mudar o meu comportamento para tentar agradar este ser mesmo que continuasse a ser uma das coisas que me abalava.
O que era o amor? O que é? Continuei nesse caminho tão tempestoso, tão confuso, tão bloqueado. Nunca sabia como arrombar a porta da alma e ver quem era o ser que se demonstrava... Quem era esse ser por quem sentia uma coisa tão estranha que nunca pôde ser descrita, escrita ou até desenhada correctamente sem se esborratar a imagem desse ser tão diferente e que se esconde...
O que era isso que sentia? Essa mesma necessidade de conhecer o outro ser, de estar com esse mesmo ser? Nunca compreendi e nunca entendi porque é o sentimento mais puro se no fim de contas poderá ser falso. Se poderá ser uma arma, uma faca dos mais impuros que não entendem o que é esse sentimento tão cheio, tão incapaz e tão insensível.
Como poderia eu deixar de estar confuso? Como poderia eu ser um conhecedor desse mesmo ser incapaz, impuro e sentimental que outrora poderia ter vivido no meu ser ou que vive agora? Como poderia ser que eu iria conhecer a parte de dentro desta fachada...
E no fim, continuei confuso, sem saber quem este ser afinal era. Os dois... Esse ser implacável e quem por quem sentia esse ser, era...
Raúl Amarantes.
Raúl Amarantes.