terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Desculpe, mas não entendi o que disse...

A Continuação

Muitas vezes na vida, tem de se continuar. O que é o acto de continuar? O acto de continuar é o acto de avançar para além de algum fim que nos tenha aparecido. Ou seja, muitas vezes na vida encontramos obstáculos. E é o acto de continuar que nos torna mais fortes. Já iremos comprovar isso. 

O título "A Continuação" poderá induzir que este será um texto que irá continuar um anterior texto, mas isso será induzir em erro. Vou falar do avanço para além de uma paragem que fizemos.

Todos definimos um caminho (se não definimos, andamos confusos), ou seja, uma forma de chegar a algum lado.

E na vida, é o nosso acto de continuar que nos permite definir. Ou continuamos, ou paramos. O que significa que paramos a nossa caminhada em direcção a algo, que supostamente foi o nosso desejo a longo prazo. É o nosso acto de continuar que nos difere dos fracos. É a capacidade de dar por acabado coisas ou acontecimentos do passado. Mas claro, a simples ideia de esquecer tudo o que nos agrada, ou que não nos convém, pode induzir para que (por fraqueza), nunca mais queiramos recordar algo que nos tenha acontecido. 

Ficamos em: para continuar,temos de pretender que os acontecimentos não aconteceram, mas não os esquecer permanentemente. Passar apenas uma barreira. Fingir que esses acontecimentos nunca nos afectaram. Mas para continuar, temos de aprender as lições que esses mesmos acontecimentos nos têm a dar.

"(...) não nos podemos prender ao passado, ansiar que algo fosse diferente do que já foi."

E isto, nem falando dos acontecimentos que nos convém. Só que há uma contrapartida. Os bons acontecimentos são apoios, enquanto os maus, tendo a possibilidade de serem também apoios, serem barreiras que nos impedem de alcançar certo fim. 

Para que é tão importante ter a capacidade de continuar? 

Afinal, não nos podemos prender ao passado, ansiar que algo fosse diferente do que já foi. Pedir, desesperar, implorar, humilhar-se. Não se pode. As coisas já aconteceram, e o acto de recuar no tempo, não  é um acto que conste da possibilidade humana. E apenas nos podemos sujeitar ao desenrolar dos acontecimentos. Tornamo-nos num boneco humano, já que temos a possibilidade de optar entre chorar ou viver.

Nietzsche comprova isto, quando diz: " (...) o que não me mata, torna-me mais forte.". Um outro ser (o qual não se sabe o nome) também diz: "Forte não é aquele que não cai, e sim aquele que tem a capacidade de se levantar.".

Não há que se iludir com desejos, com pedidos, com derrotas. Em tudo na vida, há uma vitória e uma derrota. Nós apenas caminhamos para a que mais quisermos. 

"Não é digno de saborear o mel, aquele que se afasta da colmeia com medo das picadelas das abelhas" - William Shakespeare