domingo, 5 de dezembro de 2010

Desculpe, mas não entendi o que disse

 Palavrões

Actualmente tenho lidado com uma vida que não me permite dizer "Vai-te fuder", "Vai bugiar" vai, não sei quê.

Porque é que não tenho tido uma vida que me permita dizer isso? A razão é porque nunca tenho razão de o dizer. Já pensei em morrer, já fui muito católico e rezava todas as noites para afastar os demónios da minha cabeça, já ensopei a minha almofada por chorar tanto... Por ter tido um atormento que me faz desejar não estar vivo, não estar acordado, não ter nascido...

É assim, verdade seja dita, eu era um miúdo insolente, parvo, ignorante, e estúpido... Parte destes adjectivos encontram-se actualmente na imagem que EU vejo ao espelho... mas vamos falar do que realmente importa.

A vida é o bem mais importante que temos, se damos a nossa vida em troca de dinheiro, quem irá gastar o dinheiro? Ao ver o que a relação com a vida se tornou não encontro palavras para o descrever. É o "Namorados for ever" que envolve uma expressão bastante temporal, mas nos parâmetros de hoje, uma total farsa.

E não é só à vida que mandamos ir dar uma volta ao bilhar grande, pondo noutra forma de dizer... Dizemos isso aos nossos amigos, aos nossos entes queridos, mas em privado, ATENÇÃO! É a melhor resposta para uma coisa que se interpõe nos nossos desejos, que nos manda ao chão e exige que nos levantemos... Para os críticos da sociedade, para os amigos que brincam com coisas sérias, para a vida.

Se eu enfrentei isto e já não enfrento, é porque lidei com a vida da maneira que achei mais correcta que não era irrita-la cada vez mais, mas sim ir com ela e deixar-me levar...

Não há alívio católico, não há alívio espiritual, não há alívio... Há maneiras e maneiras de lidar com a vida.
Vídeo de palavrões... Quem não fala palavrão, pensa palavrão.

Raúl Amarantes.
Edição: Estes textos passarão a ficar numa rubrica chamada "Desculpe, mas não entendi o que disse"

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