domingo, 29 de julho de 2012

A precariedade da vida

Domingo, 5 de Junho de 2011

 -Este maldito governo acabou finalmente! Já estava cansado de guerrilhas e de procuras de poder! -dizia o personagem- Veremos se o governo que vai entrar trará um crescimento para o país. Esta situação que estamos a sofrer era dispensável. Poderíamos ter resolvido isto há muito mais tempo! 
 -Na minha opinião, nada irá melhorar. Continuaremos num turbilhão de emoções, cada vez a contar mais as esmolas com que ficamos no final do mês. -respondeu o segundo personagem- Não penso que estaremos safos. 
 -Esta situação terá de melhorar. Não podemos continuar sempre nesta miséria! Estou cansado da vida que levamos. Quero cumprir os meus desejos de criança! Espero ter um Mini Cooper S brevemente! 
 - Calma querido. Infelizmente teremos de fazer cada vez mais sacrifícios. O dinheiro que ganhamos actualmente não dá para grandes luxos. 
 - Sim querida, mas o dinheiro que estamos a ganhar neste maldito país só nos dá a rotina do dia-a-dia. Estou cansado da monotonia! Estou cansado de não puder pagar-te um jantar a dois! Estou cansado desta maldita vida! 
   A segunda personagem manteve-se inquieta, sem nunca responder, enquanto pensava numa resposta para dar. Não disse nada, e assim ficou o ambiente. Logo a seguir, já sentados no sofá azul pálido começaram a ver a demissão de José Sócrates do cargo de Secretário-Geral do PS, logo após as eleições, na televisão que tinha escrito Sony Bravia. 
   Eles encontravam-se numa divisão que tinha uma cor assemelhada ao bege, uma mesa em que eles raramente jantavam e uma dimensão de 7 metros por 4. Além disso, esta divisão tinha uma decoração clássica com umas cadeiras pretas bastante confortáveis, um espelho bastante comprido que tinha quase a largura da sala e uma altura de 70 cm. 
 - Por fim, este homem saiu do governo! Já estava cansado de "Freeports", de "Faces Ocultas" e de "Alquevas"! Este tipo apenas queria um poleiro de forma a ganhar algum dinheiro! Ainda bem que deixou de ser político! -argumentou o primeiro sujeito- Concordas, não concordas Matilde? 
 - Eu até que o acho inteligente. -respondeu Matilde.
 - Mas deu-te alguma coisa que tenha afectado o teu juízo?! Esse homem é a personificação da ganância, do roubo, da burrice e da própria crise! Esse ser é a causa de toda a pobreza que muita gente sofre! Se tivesse pedido ajuda muito mais cedo, não estaríamos a sofrer tanto! Ele apenas se preocupou com o seu próprio bem-estar e o dos outros apenas lhe importou quando o voto desses é que contava! 
 - Rafael, tens de ter calma. Essa tua angústia é igual à angústia de muita pobre gente neste país. Eu percebo que te sintas zangado. No entanto, tens de admitir que este homem é muito inteligente. Foi muitas vezes questionado em relação aos casos em que esteve envolvido e nunca se avançou nada. Pessoalmente, até acho que ele foi mal-entendido. Que resultado achas que a vinda do FMI terá para este país? Achas mesmo que tudo irá ficar resolvido miraculosamente? Esta ajuda que o FMI vem dar ao país, torna-se uma ajuda para eles mesmos. 
 - Mas Matilde, não havia outra possibilidade que não fosse pedir ajudar externa! O dinheiro foi todo gasto em mesquinhices! O dinheiro de uma população foi gasto num pequeno grupo! Achas isso correto?! O dinheiro teria de aparecer! Por essa mesma razão tivemos de pedir, para compensar o gasto desnecessário com esse pequeno grupo! Cansei-me de toda a estupidez manifestada pelo grupo político que controla o nosso país! Um governo deverá controlar a vida em sociedade balançando a vida de cada um com a vida que toda essa gente tem em convívio! O problema foi que esse dinheiro que supostamente era para uma população de 10 milhões reverteu para um grupo de "carapaus de corrida" que se encontravam no poder. 
 - Rafael, entendo o que tu estás a dizer, mas não podes responsabilizar um homem pelo enriquecimento de alguns "carapaus de corrida". 
 - E então, quem irás responsabilizar? Alguém foi o culpado disto. 
 - Eu não sei. Apenas te digo que este homem é bastante inteligente e que foi mal entendido. A única coisa que eu sei é que nós e muitas outras pessoas somos as vítimas disto. O único papel que temos nesta história é de fazer cada vez mais sacrifícios e arcar com as consequências dos actos de muitas outras pessoas. 
   Logo após Matilde ter acabado de falar, Rafael deu-lhe um beijo na testa e disse-lhe:
 - Apesar da dificuldade económica que possamos sentir, nunca deveremos sentir uma dificuldade sentimental nesta mesma época. Felizmente, o amor não tem preço. Quem ama, ama apenas pelo prazer de poder amar. Eu amo-te e espero poder dizer-to muitas mais vezes na vida. Deixemos a política para quem entende e façamos o que entendemos. -deu um beijo a Matilde e disse- Vá, já se faz tarde. Vamos dormir e amanhã falamos melhor. 
   Matilde concordou e foram para a cama, logo após lavarem os dentes e a cara. 
   A cama era muito confortável, com uns lençóis feitos de linho e algodão. As almofadas eram preenchidas com penas e por isso, mal se deitaram, entraram num mundo de sonhos, em que tudo podiam alcançar.
   Rafael sonhava conduzir o seu querido Mini Cooper S, acompanhado de Matilde, no seu país de eleição, a Suíça, enquanto apreciava a beleza natural, sem se preocupar com nada. No entanto, a meio da noite, acordou sobressaltado. Tinha sentido um toque e por isso, abriu logo de imediato os olhos. 
 - Ãhn? Diz Matilde.
 - Rafael, não consigo dormir. 
 - Então e porquê Matilde?
 - Não sei... Acho que me preocupo com o nosso futuro. Afinal de contas, todos estes problemas que sofremos vão-se reflectir na nossa vida. Toda a nossa rotina já se tornou monótona. Agora que sabemos que vamos ter de fazer mais sacrifícios, que interesse terá a nossa vida? Onde encontraremos a nossa felicidade? Afinal, vamos sofrer cada vez mais o aperto do cinto. Temo muito o nosso futuro... 
 - Tem calma Matilde. Conseguimos sobreviver até agora e conseguiremos sobreviver. Agora descansa, porque amanhã terás de acordar cedo. 
 - Hoje. -disse Matilde entre risos- Obrigado por me reconfortares. Até mais logo. -e despediu-se com um beijo.

Raúl Amarantes.

Para Continuar...

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Simplesmente escrita

Não é fácil escrever. A escrita é uma abertura ao mundo, uma demonstração de sentimentos, como quando se mostra um produto. Apresentam-se os defeitos, as qualidades, as ambições... e os fins desses mesmos produtos. Além disso, escrever também é difícil porque se tende a tentar saber bastante sobre um mesmo assunto. E quando não se sabe sobre um assunto, inventa-se. Formulam-se histórias de vida, histórias de amor, tragédia, miséria e até tristeza. Criam-se novas personagens com tais retoques, que nos parecem inclusive reais... Algumas delas parece que são as que falam connosco, que nos entendem. São as que nos podem afastar do mundo tão imperfeito em que vivemos. Não magoam, não exploram, nem nos atacam. Apenas se resignam à sua forma de ser, sem nunca interferir na nossa forma de estar. 
 No entanto, às vezes, envolve-mo-nos tanto numa história que ela os parece um retrato do que já possamos ter sofrido, e vemos refletido em meras páginas, meras palavras, simples vocábulos, a nossa história, a nossa vida, a  nossa personalidade. Vemos refletido o que sempre queríamos ser, tudo o que desejamos ser, tudo o que já fomos, e no entanto, até podemos ver nada. 






 Afinal, é isso que gostamos tanto na escrita. É um retrato de quem nunca fomos, de quem nunca podemos vir a ser. Aí se encaixa a escrita. Um mundo imaginário, onde não há limites. Onde o nosso próprio desejo é o que impera. Mas até o mais perfeito escritor tem de tornar o imaginado mais real... Porque, só assim, as pessoas sentem-se atingidas. 

Raúl Amarantes.


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Desculpe, mas não entendi o que disse...

A Continuação

Muitas vezes na vida, tem de se continuar. O que é o acto de continuar? O acto de continuar é o acto de avançar para além de algum fim que nos tenha aparecido. Ou seja, muitas vezes na vida encontramos obstáculos. E é o acto de continuar que nos torna mais fortes. Já iremos comprovar isso. 

O título "A Continuação" poderá induzir que este será um texto que irá continuar um anterior texto, mas isso será induzir em erro. Vou falar do avanço para além de uma paragem que fizemos.

Todos definimos um caminho (se não definimos, andamos confusos), ou seja, uma forma de chegar a algum lado.

E na vida, é o nosso acto de continuar que nos permite definir. Ou continuamos, ou paramos. O que significa que paramos a nossa caminhada em direcção a algo, que supostamente foi o nosso desejo a longo prazo. É o nosso acto de continuar que nos difere dos fracos. É a capacidade de dar por acabado coisas ou acontecimentos do passado. Mas claro, a simples ideia de esquecer tudo o que nos agrada, ou que não nos convém, pode induzir para que (por fraqueza), nunca mais queiramos recordar algo que nos tenha acontecido. 

Ficamos em: para continuar,temos de pretender que os acontecimentos não aconteceram, mas não os esquecer permanentemente. Passar apenas uma barreira. Fingir que esses acontecimentos nunca nos afectaram. Mas para continuar, temos de aprender as lições que esses mesmos acontecimentos nos têm a dar.

"(...) não nos podemos prender ao passado, ansiar que algo fosse diferente do que já foi."

E isto, nem falando dos acontecimentos que nos convém. Só que há uma contrapartida. Os bons acontecimentos são apoios, enquanto os maus, tendo a possibilidade de serem também apoios, serem barreiras que nos impedem de alcançar certo fim. 

Para que é tão importante ter a capacidade de continuar? 

Afinal, não nos podemos prender ao passado, ansiar que algo fosse diferente do que já foi. Pedir, desesperar, implorar, humilhar-se. Não se pode. As coisas já aconteceram, e o acto de recuar no tempo, não  é um acto que conste da possibilidade humana. E apenas nos podemos sujeitar ao desenrolar dos acontecimentos. Tornamo-nos num boneco humano, já que temos a possibilidade de optar entre chorar ou viver.

Nietzsche comprova isto, quando diz: " (...) o que não me mata, torna-me mais forte.". Um outro ser (o qual não se sabe o nome) também diz: "Forte não é aquele que não cai, e sim aquele que tem a capacidade de se levantar.".

Não há que se iludir com desejos, com pedidos, com derrotas. Em tudo na vida, há uma vitória e uma derrota. Nós apenas caminhamos para a que mais quisermos. 

"Não é digno de saborear o mel, aquele que se afasta da colmeia com medo das picadelas das abelhas" - William Shakespeare


domingo, 9 de outubro de 2011

Desculpe, mas não entendi o que disse...

Perfeição

Perfeição... A perfeição nunca pode vir a ser alcançada. A perfeição é o pleno em todos os campos, o não cometer erros no que quer que seja. Nenhum ser-vivo poderá alcançar a perfeição, e não, não considero Deus um ser-vivo, nem sequer existente.

A perfeição é o modo mais correcto e o melhor modo de fazer as coisas. Uma acção feita de forma perfeita, ou seja, sem erros, é sempre muito melhor que uma acção feita de forma imperfeita. A perfeição é o que é pedido a cada ser-vivo, mas com isto, pede-se o mais próximo.

A perfeição poderá ser considerada chata. A perfeição poderá ser considerada um objectivo. Alguém até poderá ser perfeito para um outro alguém. Essa mesma perfeição é a perfeição definida como destino. É a perfeição não alcançada pela melhoria, mas mesmo pelo que essa pessoa representa.

Quem é perfeito, sabe fazer qualquer coisa o melhor possível, certo? Esse será o pensamento... Essa mesma classificação suprema só pode ser alcançada pelos seres supremos, pelos seres únicos, pelos seres dotados de supremacia. Pelos seres dotados de melhorias, de conhecimento, de sabedoria. De tudo o que represente ser o melhor. Ser óptimo.
"Quem quiser ser "perfeito", que seja o príncipe encantado. Pois, na vida, é-se sempre perfeito para alguém..."

Quem forma objectivos de forma a ser o melhor? O ser-humano forma objectivos de forma a alcançar a perfeição, de forma a alcançar a melhoria, de forma a ser mais aceite. De forma a fazer as coisas de  uma forma que pareçam melhor, de uma forma que não se lhes apontem erros.

Habituados a essa ideia de que a perfeição não pode ser alcançada, criamos uma ideia de que a perfeição é a quase-perfeição. De que a perfeição é uma coisa que pode ser alcançada. E foi boa a iniciativa de não ficarmos colados à raiz da palavra. Porque afinal, se tentamos alcançar algo que não poderá ser alcançado, vivemos uma vida em vão. Não vivemos simplesmente.

É como se jogássemos às cartas e mesmo que tivéssemos um par de cartas que não valesse, continuávamos a procurar a vitória, sempre a perder, a levar aquela cruel resposta de que perdemos, aquela cruel palavra de derrota, aquela cruel vergonha. 

A perfeição é algo ansiado pelos homens, na medida em que vivendo a vida com perfeição, nunca erramos, nunca sofremos devido a nunca errarmos, nunca ouvimos sermões... 


Raúl Amarantes.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Desculpe, mas não entendi o que disse...

Memória
 O que é a memória? O que é esse cruel monstro que insiste em nos magoar? Esse cruel monstro que insiste em não esquecer o que queremos que o coração esqueça? Mas, a memória também é um ser impressionante e muito maravilhoso, pois traz saudades e sorrisos...

 A memória é uma das nossas partes mais exclusivas. Por ser tão única, por ser tão espantosa, tão fascinante, tanto tempo dedicamos a divagar no que recordamos... Quem poderá recordar aquele amigo de longa data com o qual se jogou futebol, com o qual se roubou frutas, mas não recordar aquela mesma morte de uma pessoa muito próxima de nós?

 A memória é uma faca de dois gumes... Tanto podemos usá-la para defesa, como podemos ser atacados por ela... A memória deverá recordar o passado... Ensinar-nos para o Futuro... Fazer-nos divagar, fazer-nos não confiar em tal pessoa por tal caso do passado... Quem enfrenta a memória? Quem não quer ter memória? 

 É um bem indispensável. Quando fazemos um trabalho, necessitamos de memória para recordar o que é necessário para esse mesmo trabalho. As datas importantes. Aniversários, eventos, comemorações, etc... 

 Esse cruel ser insiste em nos atraiçoar, insiste em nos surpreender. E nós, que nos julgamos um ser que se afasta da dor, mas que se aproxima da alegria, assistimos a todo este decorrer de acontecimentos, a toda esta cronologia mental.

Toda a nossa vida, todos os nossos acontecimentos, todas as nossas memórias, tudo o que nos define, definiu-nos, que nos classificou. Quem enfrenta a aparição de saudade, de mágoa, também tem que enfrentar a tristeza, a depressão, temos que aceitar que aquela memória existe.


"(...) gostamos de ter uma memória de quem provocou um impacto na nossa vida e por isso mesmo os recordamos na nossa mente (...)"

A memória pode ser vaga. Pode até ser inexistente. Mas afinal, é sempre memória de alguma coisa. Um sonho nosso, uma esperança nossa, uma visão que julgamos ter... A memória é directa. Dirigi-se a nós dizendo que tudo o que lembramos do passado, aconteceu. Pode não ter acontecido da forma que imaginamos, mas aconteceu. Que se tornou passado, que se pode vir a tornar futuro, que é Presente...

Esse fantástico ser é também um alento do ser que quer recordar a face do/a amado/a, que quer recordar a face do desaparecido, trazendo sempre aquela pequena tristeza, talvez até adornada pela lágrima à nossa face, à nossa cara, ao nosso ser intocável pelo Presente. 

É interessante... Às vezes, a memória magoa mais do que o momento, o Presente, o instante exacto em que vivemos esse momento... Todos gostamos de ter uma memória de quem provocou um impacto na nossa vida e por isso mesmo os recordamos na nossa mente. Podemos ter aquela imagem, aquela face que para nós foi intocável...

Mas... Apesar de a imagem mostrar os retoques da cara da outra pessoa, o seu leve sorriso, a sua tímida bochecha, nunca a imagem poderá fazer-nos recordar o que não gravou... E, quão mais forte for o que vivemos, mais facilmente lembramos esse momento... Mesmo que seja cruel...

E, respondendo a todas as minhas perguntas... A memória é o nosso diário sem escrever, a nossa câmara fotográfica sem flash, o nosso provador sem provar, mas sim saborear... Ninguém a quer enfrentar, pois mesmo que ela nos lembre os piores momentos, é porque não criamos mais momentos bons para calar esses mesmos fantasmas da alma...


Até uma próxima... "Não queiras apagar a tua memória... Afinal, lembras isso tudo por alguma razão..."

domingo, 21 de agosto de 2011

Pequena pausa... de contos...

Desejo...

Continuava debatendo-se contra si próprio. Sendo achado superior, sendo atirado para um ringue, sendo amado, sendo querido... Não sendo nada... 

Era apenas mais um dos seus sonhos... Acordava olhando para a sua janela, pensando sempre ter entrado alguém. Olhava para o seu lado, sempre achando que alguém se havia aproximado dele, apenas para sentir o doce toque do seu corpo, a sua doce calma, a sua doce impaciência... Impaciente por um momento verdadeiramente digno de uma designação de momento querido...

Afinal... Acordava. Ansioso por cumprir o seu desejo... Contentava-se apenas com um doce levedar do seu lábio, com um doce toque, suave, nem que não lhe tocasse, mas sentir-lhe a alma, sempre a correr pelo corpo deste formoso ser que tanta vez o havia feito acordar do seu sono, sem nunca dormir, acordar da sua vida, sem nunca morrer, acordar de tudo o que fechava... Mantendo-se livre...

Afastando-se de tudo o que o definia, de tudo o que o definiu, de tudo o que o criou, apenas na ânsia de concretizar um desejo, de voar sem nunca flutuar, de ter, sem nunca ter tido nada na sua inocente vida, na sua inocente existência, mesmo que uma procura de tal desejo, nunca se tornasse inocente, apenas um desejo carnal, com um ser tão formoso que até para ele se tornava único, um ser já habituado a ver de tudo, a ver objectos formosos...

"(...)apenas na ânsia de concretizar um desejo(...)"

Nunca soube o que era envolver-se de tal maneira num ser que nem a própria chapada verbal lhe custasse tanto... Que a própria chapada verbal, o fizesse cair no erro da humanidade de como se um íman o atraísse, e um oposto o atirasse ao chão, cada vez mais, se afastava do seu berço... Tudo na ânsia de satisfazer um desejo que nunca na vida viria a concretizar... Pelo menos tão cedo, achava ele...

Raúl Amarantes.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Rubrica das Rubricas

Sem título 

Sim, adoro-te, mas não nutro confiança para to dizer...

A sua personalidade única, o seu riso maléfico, a sua obsessão que irrita de maneira engraçada, os seus olhos de uma cor natural, a sua frequente panca (inclusive imaginar filmes porno) e a sua forma de ser (directa) são únicas nesta pessoa. Sem se conhecer uma pessoa deste calibre, não se vive na totalidade.

Nunca soube quem era e, continuo sem saber, criando um mistério e uma vontade de conhecer esta caixa de segredos, este pequeno diário, que (não!) conhecendo esta pessoa, nunca tentei abrir.

Encontrei-me numa sala de tesouro. Quando descobri o mapa para esta chave, reparei que o meu tempo escasseava. Quis desfiar este tesouro, encontrar muitos mais do mesmo, aproveitar o tempo que me restava para desfiar este tesouro, conhecendo cada ponta deste pequeno tesouro que só uma vez calha na vida.

Quem era eu nesta sala de tesouro? Era mais um dos que entravam. Poderia sair ileso, mas não sairia sem conhecer os recantos desta mesma sala. 

Admito. Não me via no mundo deste ser, porque sempre me julguei a pior coisa à face da Terra e junto desta pessoa, como já disse, nunca me vi. 

Porquê? 

Eu não tinha a melhor ideia desta pessoa por ser directa e por nunca a ver brincar (talvez nem visse por não ter a melhor ideia). Não, ainda não nutri a confiança suficiente com esta pessoa tão rica de tesouros, puros e impróprios sempre, no bom sentido.

Conhecia esta sala de tesouro desde quando? Sinceramente, só me lembro do seu magnífico retoque (a sua voz) e o seu estupendo pormenor (o seu angelical sopro) da minha infância alada, tão mal passada entre a minha passagem na vida.

Não graças a este mesmo ser, mudei. Quis ser quem era, não quem os outros queriam, mas isso no mundo actual é difícil, mas isso é falado noutra época.

Só me dei este ser (esbarrar poderá ser o termo correcto) numa das minhas passagens (ou mudanças na vida) num dos meus "upgrades" de um certo nível para outro. 

Nunca a conheci realmente. No fim, infelizmente o tempo escasseava e eu, continuava a ser eu... Como me esbarrei, conheci-lhe a brincadeira, a graça, a felicidade, que outrora nunca havia visto, mas faltava-me conhecer mais... 

Não me querendo desenvolver mais, resumo:

ADORO-TE DONA DA ASSINATURA SÉCSI!

E como recompensa, ela verá uma certa coisa que aprecia... --'

Tantantan tantantantantan