Confuso
Admito... Nunca soube o que era o amor. Falo sempre dele, como se um experiente me tratasse. Embarquei em várias aventuras, algumas recheadas pelas tempestades, outras recheadas pelo tesouro... por abrir. Nunca, mas nunca fui destemido o suficiente para abrir essa mesma caixa.
Verdade... A que propósito vem isto... Isto vem a um propósito que me abalou. Como se vê pela minha experiência de quem tem muita vida, sou um adolescente. Um mero adolescente no mundo dos adolescentes. Não sou diferente dos outros. E como tal, terei que embarcar como todos os outros.
Mas impera a desconfiança. Impera a falta de decisão. Sempre sentia que o amor era simples. Era simplesmente ser-se quem se era e as pessoas amavam-me. Cai nessa armadilha e mais fundo me ia afundando. Deixei de ser um mero rebelde e passei a ser um rebelde "recluso". Não via remos. Presumia que o meu caminho era o correcto. Embarcava no barco certo...
Quando perdi o pé, reparei que me estava a afogar. Afogava-me na minha tristeza. Nos meus problemas. No meu mundo. Tinha criado um só para mim, uma paz só minha, não perturbada pelos meros adolescentes.
Queria melhorar toda a minha qualidade, aperfeiçoar as minhas técnicas e nunca reparava que aperfeiçoando o que tinha de bom, estragava quem eu era. Um anjo sempre na brincadeira... Mudei. Graças àquele apoio de quem esteve sempre comigo. De quem acreditava em mim... Não ouvia ninguém e quando perdi o pé reparei que tinha sempre toda a gente. Eu simplesmente me havia afastado para o meu mundo...
Depois, aconteceu-me o pior... Reparei que uma das fases da minha vida estava a acabar e a minha oportunidade de conhecer o que tanto ansiara se escapava do meu ser, como se de água entre os dedos se tratasse... Confuso porquê? Encontro-me confuso, porque afinal de contas, nunca soube o que era o amor e finalmente, quando o pensava conhecer... Passou a ser uma incógnita...
Continuarei noutra época...
Raúl Amarantes.
Raúl Amarantes.
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